Definitivamente, há um oceano entre a produção musical européia e a norte-americana. Analisado aqui, em primeira mão, esse terceiro álbum dos alemães do Neaera só vêm a confirmar essa disparidade. Nitidamente influenciado pelo Death/Trash Metal, além é claro do Hardcore, essa banda oriunda de Münster tem uma história, no mínimo, interessante. Fundada em 2003 como um projeto paralelo encabeçado pelo guitarrista solo Tobias Buck, o então The Ninth Gate visava redirecionar o que Buck andava produzindo na sua carreira musical. O que ninguém esperava, era que essa idéia fosse tão longe tão depressa. Com menos de um ano de existência, o grupo já dispunha de uma demo e ostentava um recém-assinado contrato com a gigante Metal Blade Records! O próximo passo seria a mudança de nome. Depois de muito lenga-lenga, The Ninth Gate tornou-se Neaera (alusão à mitologia grega). Em 2005 sai o debut da banda: “The Rising Tide Of Oblivion”. A partir de então começou a enxurrada de shows com os pesos-pesados do velho continente. Talvez tenha iniciado aí, do convívio com os conterrâneos do Heaven Shall Burn, uma certa sememlhança sonora entre as duas bandas. A 7 de Abril de 2006, o Neaera mostra ao mundo sua nova criação, “Let The Tempest Come”. Nesse novo disco, é notório o crescimento muscial de todos os integrantes, principalmente do vocalista Benjamin Hilleke. A ser lançado ainda em agosto do presente ano, "Armamentarium" vem para confirmar uma tendência peculiar, e também um tanto arriscada, do Neaera: um cd a cada ano! Cobrança da gravadora? Exigência dos próprios músicos? Anseio em mostrar serviço? Sinceramente, não sei. Fato mesmo é a evolução gradativa que a banda vem tendo a cada disco. "Spearheading The Spawn" é a faixa inicial desse trabalho. Trata-se de uma boa música, que apresenta um Neaera mais pesado do que nunca. Peca, no entanto, no longo 1'07" de repetição do mesmo riff. A música-título também merece destaque. Dessa vez, o crédito vai para todo o grupo por igual. Fica evidente aí o caráter de equipe da banda. Contudo, desse ponto em diante, o álbum adquire uma linearidade (nenhuma inovação). É frustrante observar que uma banda tão promissora como esta trilha o caminho do insucesso (a repetição do que já é saturado). Talvez se dessem mais tempo entre um disco e outro, ou se enveredassem por outros caminhos, poderiam obter ainda mais sucesso. Talvez...Nota: 7/10
Selo: Metal Blade
Data de lançamento: 24/08/07
Website: http://www.neaera.com/ /
www.myspace.com/neaera
Tracklist:
01.Spearheading The Spawn
02.Tools of Greed
03.Armamentarium
04.Synergy
05.Harbinger
06.In Loss
07.The Orphaning
08.The Escape From Escapism
09.Mutiny of Untamed Minds
10.The Need For Pain
11.Liberation
Tracklist:
01.Spearheading The Spawn
02.Tools of Greed
03.Armamentarium
04.Synergy
05.Harbinger
06.In Loss
07.The Orphaning
08.The Escape From Escapism
09.Mutiny of Untamed Minds
10.The Need For Pain
11.Liberation

"In This Life Or The Next" marca a volta dos americanos do Damnation A.D. após um longo hiato de 8 anos. Ainda desconhecida no Brasil, a banda é venerada em sua terra natal como uma das verdadeiras lendas-vivas do hardcore undergroud. Chega a ser inesperado, mas curiosamente mesmo após esse tempo todo na "geladeira", a banda parece ter evoluído musicalmente. A percepção desse progresso se dá instantaneamente logo nos primeiros instantes da audição do disco."Exspecta Taut Abyssus",uma introdução com um clima de suspense crescente, tem seu fim com a porrada logo de cara de "Knot" (méritodos riffs devastadores do guitarrista Ken Olden e das batidas precisas de Colin Kercz). A mescla dessas duas músicas é perfeita."Let Me In", a quarta faixa, é também instigante. Mais adiante, o ouvinte pode até cantar o refrão de "If you Could Remember" sem se dar conta, pois trata-se daquela baladinha Hardcore bem executada e contagiante que não sai da cabeça. Têm-se então a sensação de um disco cheio, direto e muito bem produzido. No entanto, o desenrolar dessa audição vai gerando lentamente uma sensação de Déjà-Vu e o ouvinte pode até nutrir uma certa frustração por ter esperado um disco com um peso mais constante, já que esse novo trabalho é marcado por alguns "buracos", como em "Jigsaw" e em certas passagens de "The Hangedman". Já os vocais de Michael McTernan não deixam nada a desejar, são destaque ao longo de todo o disco, por serem totalmente viscerais e bem trabalhados (vagamente ao estilo do frontman do Venom). Ao final do disco fica no ar a pergunta: estaria o DAD batendo na mesma tecla das bandas do chamado "Metalcore" atual, ou estariam eles - um dos propulsores dessa nova leva de bandas - fazendo apenas o que sempre fizeram e por isso mesmo, sendo copiados? Por fim,"I.T.L.O.T.N." é bem executado e com uma proposta boa; mesclar as raízes do punk com metal extremo - o que resulta numa atmosfera interessantemente sombria. Porém, é um álbum apenas razoável, que à parte da evolução do grupo, não saiu da mesmice.